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Gianni Rodari nasceu a 23 de outubro de 1920, em Omegna, na Lombardia Italiana, em 1920, e morreu em Roma, a 14 de abril de 1980.
Teve uma infância difícil. Foi criado por uma ama porque os pais precisavam trabalhar duramente cuidando de um forno de padaria. Quando o pai morreu, em 1929, Rodari foi viver com uma tia. Posteriormente, entrou no seminário de San Pedro Mártir, onde permaneceu até os 14 anos. Embora sempre tenha desejado ser músico, acabou por ser professor do magistério italiano, dando aulas particulares. Em 1939, matriculou-se na Faculdade de Língua da Universidade Católica de Milão, mas não concluiu os estudos. Quando a Itália entrou na II Guerra Mundial, Rodari foi recusado pelo Exército, por saúde frágil. Continuou professor até que, graças a sua vinculação com o partido comunista italiano, começou a viver do jornalismo. A partir de 1945 decide dedicar-se à política. O partido confiou-lhe a direção do periódico L'`Ordine Nuovo de Varese, que o levou à descoberta de uma vocação que não abandonará nunca. Começa, assim, uma extensa etapa de dedicação política exercida através do jornalismo, profissão que lhe permite um conhecimento próximo dos problemas e das realidades do povo italiano. É através do exercício de um jornalismo comprometido, próximo das pessoas mais desprotegidas, dos personagens de rua e marginalizados, das análises sobre a realidade do leitor comum que Rodari chega à literatura. As primeiras publicações literárias no L’Ordine Nuovo, são assinadas com o pseudónimo de Francesco Aricocchi, com o qual publicou uma coletânea de lendas populares, Lendas de nossa terra e dois contos fantásticos: O beijo e A senhorita Bibiana. Posteriormente sendo cronista do periódico L’Unitá, publicação milanesa, Rodari descobre sua vocação de escritor para crianças, quase sem se propor a isso.
Converti-me em escritor para crianças por acaso. Foi uma necessidade profissional: em uma página dominical, do periódico onde trabalhava, se necessitava algo para crianças. E assim comecei a escrever narrações. Foi uma descoberta, inclusive para mim, que depois me monopolizou, gostei, incitando-me a compreender que ofício era esse, que sentido tinha. (Revista CLIJ, no. 36, 1992. Pag. 20)
Começa a publicar narrações curtas, de tom humorístico, dedicadas de maneira genérica à família. Ali nascem suas primeiras Filastrocche, quer dizer quadras e ladainhas carregadas de humor, ligadas à poesia popular italiana, tão apreciadas pelos leitores grandes e pequenos. Rodari inventou também poemas e contos curtos que assinava com o pseudônimo de “Lino Picco”. Desta experiência surgem seus primeiros livros para crianças Il livro delle filastrocche (O livro das ladainhas) y Il romanzo de Cipollino (As aventuras de Cipollino). Rodari começa então uma carreira como escritor de livros infantis, que se consolida definitivamente com sua vinculação à editoria Einaudi, e que o leva a ser merecedor do maior prmio a que um escritor para crianças pode aspirar, o prémio Andersen, que recebe em 1970. Sem nunca abandonar o jornalismo, nem a escrita para crianças, Rodari retoma na década de 60, sua vocação inicial, a de pedagogo e começa a visitar as escolas italianas para trabalhar com as crianças. Este contato direto com a visão infantil, não apenas dá uma força imaginativa a sua obra literária, mas também o leva a consolidar sua maior contribuição para a pedagogia da infância através de seu livro A Gramática da Fantasia, de 1973.
Durante o inverno de 1937-38, depois de ser recomendado por uma professora, esposa de um polícia municipal, fui contratado para ensinar italiano em casa casas, aos filhos de alguns judeus alemães que acreditavam – acreditaram-no por poucos meses – ter encontrado em Itália refúgio para as perseguições raciais. Vivia com eles numa oficina sobre as colinas junto do lago Maggiore. Trabalhava com as crianças das sete até as dez da manhã. Passava o resto do dia nos bosques, passeando e lendo Dostoievski. Um dia, nos Fragmentos de Novalis (1772-1801) encontrei a frase que diz: “Se tivéssemos uma Fantástica como existe uma Lógica, ter-se-ia descoberto a arte de inventar”. Poucos meses depois, quando descobri os surrealistas franceses, acreditei ter encontrado em sua forma de trabalhar a “Fantástica” que Novalis buscava. (Gramática da Fantasia).
Em Portugal, Rodari é muito conhecido e apreciado. Grande parte das suas obras encontra-se publicada entre nós. Neste verão, aproveitra para (re) ler livros como:
Era Duas Vezes o Barão Lamberto, Contos ao Telefone, Gramática da Fantasia – Introdução à Arte de Contar Histórias, Inventando Números Baralhando Histórias.
Boas leituras!
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