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5 dicas fundamentais para escrever conversas cativantes e dinâmicas
Se fores um escritor e contador de histórias, já deves estar ciente da importância do diálogo e do quão fundamental é escrever diálogos dinâmicos e credíveisque deem vida à história.
Um bom diálogo é aquele impulsiona a história, que leva o leitor a conhecer melhor as personagens e o enredo, enquanto o faz querer ler mais. Um diálogo bem escrito terá o potencial de elevar a tua história a um nível muito superior.
Queres saber como fazê-lo? Ou queres confirmar se já se usas as melhores técnicas?
Então, eis 5 dicas simples que deves usar para escrever bons diálogos:
1. Foge de cumprimentos e conversa fiada
Uma das regras que não te deves esquecer é que um bom diálogo é como se fosse uma conversa real, mas sem toda as partes mais aborrecidas e que não lhe acrescentam nada substancial.
Se pensares num diálogo que te tenha marcado enquanto leitor, muito provavelmente a conversa entre as personagens não começou da seguinte forma: “Olá, amigo! Como é que vai a vida? Como estão a sua esposa e os seus filhos? Já não nos víamos desde o casamento do João!”
Este é um tipo de interação que preenche o nosso quotidiano, mas que não deve existir as páginas dos nossos livros. São informações que não edificam a história e não parece razoável ter de repetir este esquema de conversa sempre que duas personagens se encontram.
Se queres cativar o leitor, aconselhamos-te que saltes esta parte, porque, com certeza, ele sabe e deduz que este tipo de conversa casual terá acontecido entre as personagens.
2. Usa verbos discendi simples
O verbo discendi “disse” tende a ser conotado como aborrecido e tem a fama de ser demasiado usado. Na escola ensinam-nos a usar sinónimos que o substituíam, como por exemplo “exclamou” ou “declarou”, no entanto, no mundo da escrita literária, é preferível usar equivalentes mais simples como “disse” ou “respondeu”. A maioria das vezes, os leitores não vão tomar atenção às palavras que descrevem a fala por estarem, e bem, tão focados no que está a ser dito.
Não estamos a dizer para nunca mais usares outros verbos ou descrições mais elaboradas, quando assim se justificar, mas não arrisques sobrecarregar o teu leitor com verbos discendi extravagantes e desviar o seu foco do diálogo.
3. O Diálogo deve refletir características da personagem
Assim como na vida real, a experiência de vida das personagens, a sua origem, idade, classe social ou educação são fatores que, não só as tornam únicas e distintas, como também se refletem na forma como se expressam. O discurso e o tom de uma personagem estão intrinsecamente ligados com o seu passado e presente e precisas de estar ciente disso se quiseres escrever bom diálogo.
Assim sendo, é importante que as personagens mais importantes falem de forma diferente, pelo que poderás atribuir a cada uma delas maneirismos, padrões discursivos ou sotaques que as distingam. Podes criar uma personagem que usa a mesma palavra muitas vezes desnecessariamente, como “tipo”, “ né” ou “bué”, outra tende a divagar muito nas suas explicações ou até uma que use muitas expressões populares.
Mas não te esqueças que todas estas características de fala devem refletir os fatores que mencionamos acima.
4. As personagens nem sempre dizem a verdade
Nem tudo o que dizemos reflete a verdade ou o que realmente estamos a sentir. Quantas vezes é que respondemos que está tudo bem quando nos perguntam como estamos sem estar realmentetudo bem?
As personagens não deixam de ser pessoas imaginadas, portanto também elas, por vezes, dizem coisas que não correspondem à verdade.
Se queres criar personagens realistas e com as quais os leitores sentem empatia, tenta mostrar aquilo que não é dito através da clássica regra “mostra, não digas”.Dá pistas ao teu leitor, descrevendo ações que podem ser lidas nas entrelinhas.
Por exemplo, imagina que é de madrugada e a Clara está obcecada em terminar um projeto de trabalho. O marido, o Pedro, que acordou de repente cheio de sede, vê que ela ainda está a trabalhar e, preocupado com o bem estar dela, confronta-a. Apesar de ela lhe dizer que está mesmo a acabar e que ainda agora parou de trabalhar para alongar o corpo, se descritas ações como não tirar os olhos do computador ou cliques frenéticos no rato, o leitor entenderá que não há nada mais na sua mente do que trabalho!
Assim sendo, ao se descrever a linguagem corporal e o comportamento da personagem, em vez de dizer que é trabalhadora ou afirmar “ela mentiu”, dá-se aos leitores a chance de a conhecer e perceber de forma mais interativa.
5. Não deixes que uma personagem monopolize o diálogo
Às vezes pode ser irritante, mas, nas nossas conversas diárias, somos interrompidos várias vezes, fazem-nos perguntas ou acrescentam comentários. A vida não é uma palestra ou um monólogo e um diálogo entre personagens também não deve ter grandes blocos de discurso.
Se o teu objetivo é criar diálogos dinâmicos que não sobrecarreguem o leitor, faz com que as personagens, efetivamente, conversem e para tal é preciso haver troca de ideias, interrupções, respostas, discórdias, concordâncias…
Se o enredo exigir um grande discurso de uma personagem, mostra só algumas das frases que ele disse no início e no fim, complementando a informação com um resumo descritivo do que foi dito. Isto é o suficiente para o leitor entender o assunto sem o texto perder dinamismo.
Escrever diálogo pode ser intimidante, sobretudo se estiveres a começar agora na tua jornada como escritor! Mas com prática e com dicas como estas, mais tarde ou mais cedo, ganharás confiança e a habilidade necessária para escrever diálogos fenomenais!
Mas, independentemente de estares a começar ou não, queremos saber a tua opinião quanto a estas dicas e saber se já aplicas algumas delas! Tens algum técnica infalível que queiras partilhar connosco?
Convidamos-te a contar-nos nos comentários e a partilhar o artigo, se achares que esta informação pode ser valiosa para outros escritores!
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