Neste artigo, abordamos o crowdfunding na edição de livros, ou seja, o financiamento coletivo de manuscritos.

Ao decompormos a palavra crowdfunding, verificamos que crowd significa multidão e funding financiamento, ou seja, esta é uma técnica que consiste em: uma pessoa (ou um grupo de pessoas) tem uma ideia, mas porque não tem dinheiro para a financiar, não quer arriscar ou por outra razão qualquer, pede a várias pessoas que a financiem.

Este tipo de financiamento é usado em enumeras situações. Desde questões humanitárias como ajudar uma população a reerguer-se depois de uma tragédia natural, a questões mais comerciais como um livro que pretende ser editado e é pedido este financiamento coletivo para a sua edição.

Tipos de Crowdfunding

Este financiamento pode dar ou não algo em troca a quem financia o projeto. Existem, entre outros, dois tipos mais comuns de crowdfunding.

Existe o donativo, ou seja, quem colabora/ financia não recebe nada em troca, e existe o recompensado, ou seja, quem ajuda recebe algo em troca. Esse algo varia muito, desde ações, a brindes, descontos, etc.

Crowdfunding na edição de livros

Na questão dos livros, o que geralmente acontece é: uma editora, ou um autor independente, propõe ao público um livro que quer editar e que pretende que seja financiado pelo mesmo (normalmente isto é feito através de sites próprios para crowdfunding e depois partilhado nas redes sociais). Quem gostar da ideia do manuscrito financia um certo valor e, assim que o livro estiver para venda, quem tiver contribuído recebe um desconto ou outra forma qualquer de recompensa pela ajudada dada.

Se por acaso não atingirem o objetivo (o valor necessário para a edição), o dinheiro é devolvido a quem investiu.

Esta é a ideia base, no entanto vão surgindo outros estilos de crowdfunding como, por exemplo, os subscritores de um dado escritor pagarem um certo valor mensalmente para terem acesso ao seu trabalho e assim já vão pagando a edição do próximo livro. Neste caso, os fãs desse escritor vão pagar para que ele continue a criar e não apenas pelo trabalho já criado.

Crowdfunding em Portugal

No caso de Portugal em específico, já existem alguns exemplos deste conceito a ser utilizado e existe também a editora E-Primatur que edita todos os seus livros sob o conceito de crowdfunding. No seu catálogo contam com títulos como “A Loja de Antiguidades”, de Charles Dickens, “Mil e Um Fantasmas”, de Alexandre Dumas ou “A Vida e o Sonho”, de Raul Brandão.

Vantagens e Desvantagens do crowdfunding

Duas das maiores vantagens do crowdfunding são: permite uma aposta segura, pois se não resultar quem propôs o financiamento volta ao zero, mas não perde nada e permite obter um feedback sobre o manuscrito e perceber se ele seria bem recebido ou não pelo público.

Quanto às desvantagens, duas delas são: se não houver quem financie, é porque o manuscrito é mau ou não captou o interesse de ninguém e aí, caso seja feito por um escritor independente, dificilmente alguma editora pegaria num manuscrito que não teve público a interessar-se por ele, e pode não ser uma forma muito fácil de financiar um projeto, porque pode ser difícil alcançar público suficiente para um valor que por vezes é alto.

Concluindo, o crowdfunding é um conceito interessante e que tem ajudado muitos escritores e editoras, apresentando, assim como tudo, vantagens e desvantagens.

Em todo o caso, o segredo do crowdfunding é conseguir mostrar ao público o valor do manuscrito, salientando o melhor dele e aquilo que o diferencia e não esquecendo de entregar recompensas chamativas, para que assim possa chamar à atenção dos possíveis financiadores.

Marta Silva