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Decálogo de uma história perfeita

Horácio Silvestre Quiroga Fortaleza nasceu no Uruguai, no último dia de 1878 e suicidou-se no dia 19 de fevereiro de 1937 em Buenos Aires, ao saber que tinha cancro de próstata. É considerado o grande mestre do conto da América Latina. Também foi poeta e dramaturgo. É, muitas vezes, comparado a Edgar Alan Poe pela intensidade dramática de seus textos.

1. Acredita num mestre - Poe, Maupassant, Kipling, Chekhov - como no próprio Deus.


2. Acredita que a tua arte é um pico inacessível. Não sonhes em domesticá-la. Quando puderes fazer isso, vais consegui-lo sem saber como.


3. Resiste à imitação tanto quanto possível, mas imita se a influência for muito forte. Mais do que qualquer outra coisa, o desenvolvimento da personalidade é uma longa espera.


4. Tem uma fé cega, não na tua capacidade de ser bem-sucedido, mas no ardor com que o desejas. Ama a tua arte como tua namorada, dando-lhe o teu coração.


5. Não comeces a escrever sem saber desde a primeira palavra para onde queres ir. Numa história de sucesso, as três primeiras linhas são quase tão importantes como as três últimas.


6. Se queres exprimir exatamente esta circunstância: “Do rio soprava o vento frio”, não há outras palavras na linguagem humana senão as indicadas para o exprimir. Quando encontrares as palavras, não te preocupes em observar se são consoantes ou assonantes entre si.


7. Não uses adjetivos desnecessariamente. As caudas coloridas que atribuas a um substantivo fraco são inúteis. Se encontrares aquele que é preciso, este terá uma cor incomparável. Mas tem de ser encontrado.


8. Pega nas tuas personagens pela mão e condu-las com firmeza até o fim, não vendo nada além do caminho que traçaste para elas. Não te distraias vendo o que não podem ou não querem ver. Não abuses do leitor. Um conto é um romance depurado por cortes e revisões. Considera isto uma verdade absoluta, mesmo que não seja.


9. Não escrevas dominado pelo império da emoção. Deixa-a morrer e evoca-a depois. Se fores capaz de a reviver como foi, atingiste a arte a meio do caminho.


10. Não penses nos teus amigos ao escrever, ou na impressão que tua história causará. Conta a tua história como se ela não tivesse outro interesse senão o do ambiente das suas personagens, do qual tu podes fazer parte. A história não ganha vida de outra maneira!

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