1. Define claramente as tuas expectativas

Não deves procurar um leitor beta para teres como avaliação um genérico “foi bom” ou “não gostei”. O objetivo é que te digam claramente o que, na sua opinião, funciona e o que não funciona. Por isso, é importante definires expectativas claras desde o início e referi-las ao teu leitor beta. Diz-lhe exatamente o que pretendes que seja avaliado (ex: enredo, personagens, etc.). E, ainda, que esperas um feedback específico e honesto.

2. Escolhe um leitor que leia o teu género literário

É determinante que o leitor beta do teu manuscrito seja alguém que está familiarizado com o género literário do teu manuscrito.

Se não conhecer os tropos do género, o teu leitor beta não será capaz de fornecer um feedback completo e preciso sobre o teu manuscrito. Além disso, se o teu leitor beta estiver a ler um género de que gosta, há uma possibilidade maior de não gostar de ler o manuscrito.

3. Solicita anotações

Pede ao leitor beta que partilhe contigo as suas anotações e observações. Se, porventura, lhe colocaste perguntas ou orientações, solicita as respostas às mesmas. Os comentários apresentam-se no Microsoft Word ou o Google Docs; à mão livre ou num documento específico criado para esse efeito, com indicação do número da página, linha e/ou capítulo.

4. Pede críticas construtivas

Se o objetivo de um leitor beta é fornecer uma crítica ao trabalho, esta deve ser honesta e séria, mas construtiva. Só um feedback honesto te ajudará a tornares-te um escritor melhor.

Uma crítica construtiva é aquela que é feita ou apresentada para melhorar o manuscrito.

5. Não remuneres o teu leitor beta

Além do prazer de ler, o leitor beta não espera qualquer recompensa monetária. Isso porque o eventual pagamento pode distorcer ou dificultar a obtenção de feedback valioso.

A principal recompensa do leitor beta é a leitura do manuscrito.

6. Obriga-o a respeitar o teu o estilo

As tuas escolhas estilísticas não devem ser consideradas erros, a menos que sejam realmente confusas ou prejudiciais para a história. O leitor beta pode dizer-te que o teu estilo o afastou ou o impediu de mergulhar totalmente na história, se for o caso. Mas não deve interferir nas tuas escolhas estilísticas, sob pena de estar (involuntariamente) a mudar o teu estilo.

7. Obriga-o a dizer onde se perdeu

O melhor que o teu leitor beta pode dizer-se é ONDE perdeu o rumo da história, no caso de isso ter acontecido. E indicar as razões para o sucedido, a saber: há uma personagem que diz ou faz algo que sem sentido, considerando o que se sabe sobre ela; ou: a prosa é confusa, muito floreada ou não envolvente; ou: não se sabe exatamente onde as personagens estão no espaço, por falta de descrição ambiental; ou, a trama não é clara.

Se o teu leitor beta te disser que se perdeu e identificar (algumas dest)as razões, o teu manuscrito precisa de ser revisto, trabalhado e clarificado.

8. O que deves solicitar ao leitor beta?

Para conseguir uma opinião (relatório) útil do leitor beta, pede-lhe que considere os seguintes tópicos ao ler o teu manuscrito:

Desenvolvimento da Personagem. Concretamente, as personagens são credíveis? Mudam à medida que a história avança? As suas decisões impulsionam a história ou apenas reagem às coisas?

Desenvolvimento do enredo. O enredo desenvolveu-se bem ou foi apenas uma coleção de acontecimentos aleatórios?

Ação. As ações são claras? Estão bem ou mal apresentadas?

Diálogo. As personagens têm formas distintas de falar? O diálogo está fluido e é credível?

Ritmo. A história agarra o leitor? Há equilíbrio entre as partes/cenas/ações?

9. Dá-lhe tempo, não apresses o processo

Para um(a) escritor(a), o tempo de espera para receber o feedback de um leitor beta é sempre muito e exagerado. Se puderes, combina um prazo limite para entrega do relatório de leitura. Deixa claro que se o leitor não puder cumprir o prazo, deve avisar-te. A comunicação é fundamental.

A experiência de leitura de um leitor beta não pode ser stressante nem apressada. O processo de leitura beta tem de ser uma experiência calma e cuidada.