Nem te digo como foi difícil fazer este nascer este livro, que esteve em banho-maria muito tempo. É verdade! Os contos foram escritos em 2014, a Bolota (que, então, ainda se denominava Patrícia Alves) ilustrou-os e depois… seja pela crise provocada pela troika, seja pela pandemia, seja pela falta de oportunidade, o livro ficou esquecido nos arquivos da editora.

Foi, portanto, um parto difícil, porque demorado e muito desejado. Mas, quem conhece o meio editorial, sabe que isto acontece não raras vezes.

O título do livro é um trocadilho com o a expressão “nem te digo nem te conto” e quer valorizar o conteúdo do livro, isto é, os contos, para ler, para tresler e para contar, onde é a quem quiser ler/ouvir.

O livro contém cinco contos, unidos pela temática da escrita.

Desde logo, o conto inicial, com o título “Não, não, sim, sim” fala das desventuras de um jovem escritor que procura a perfeição da sua escrita.

O conto “Ai-não-me-lembro”, por sua vez, descreve o difícil caminho que vai da ideia ao texto.

“Um conto especialmente difícil” brinca (literalmente) com algumas expressões idiomáticas, indicando como, às vezes, é difícil permanecer dentro do tema sobre o qual se quer escrever.

“O avô cangalhas”, num registo autobiográfico, mostra como a memoriais as histórias dos avós são, tantas vezes, uma verdadeira oficina de escrita criativa,

Finalmente, em “Dez dedos de conversa” mostra-se que as histórias nascem do coração e da cabeça, mas também (dos dedos) das mãos.

Entretanto, neste espaço temporal, os contos “O avô Cangalhas” foi publicado no n. 2 de A Casa do João e “Um conto especialmente difícil” fez parte de um livro de homenagem à minha querida amiga Luísa Ducla Soares, editado pelo Daniel Completo.

Como diz certa corrente educativa, estes contos são uma investigação sobre a ação, ou seja, são contos sobre a arte dos contos, histórias sobre arte de escrever histórias.