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Já alguma vez imaginaste o dia em que finalmente irias colocar um ponto final naquela história que tanto queres publicar, mas que, na realidade, ainda não saiu do teu caderno de rascunhos? Ou já deste por ti a sonhar acordado(a) a pensar no sorriso das crianças que ouvirão o final feliz que tantas vezes planeaste, mas que ainda não chegou ao papel?
Apesar do que muitos pensam, escrever para crianças não é tarefa fácil, muito pelo contrário. Um autor de literatura infantojuvenil tem que ser um escritor sensível e precisa de conhecer muito bem o público para o qual escreve e as suas necessidades. Por isso, se quiseres finalmente escrever e publicar as histórias que tens guardado na gaveta, avisamos-te que estás prestes a entrar numa grande aventura!
Mas também temos ótimas notícias para ti! Neste artigo, vais encontrar um guia completo de 7 passos que irá facilitar muito a tua jornada escrita e que te irá orientar sempre que precisares de direção!
Então, mãos à obra!
Já reparaste que os melhores livros infantis contam histórias simples? Um dos maiores objetivos deste tipo de livros é entreter o leitor e o melhor, nestes casos, é criar uma narrativa simples que os divirta.
Para tal, deves procurar ter ideias para tua história olhando para o mundo como uma criança, tentando alinhar-te com a forma como elas encaram a vida.
Se lidares com crianças no teu dia-a-dia, pensa nelas enquanto escreves, nas coisas que valorizam, que as emocionam ou que as fazem rir às gargalhadas…
Mais importante ainda, pensa nas coisas que as preocupam, nos problemas que têm de enfrentar, nos seus medos e dúvidas… Para nós, adultos, podemos olhar para o mundo das crianças como vazio em preocupações, mas, na verdade, os nossos pequenos leitores também enfrentam problemas como o bullying, a ansiedade, a instabilidade familiar ou o sentimento de abandono.
Escrever livros que refletem estes problemas infantis e que passam uma mensagem de esperança às nossas crianças é um dos motivos que torna o teu trabalho tão especial e necessário!
A tua personagem principal pode ser uma criança, um sapato, uma andorinha, um saco de plástico ou uma nuvem. Não importa o que é que ela é, mas se transmite sentimentos reais.
Quando crias uma personagem, a tua principal preocupação deve ser dar-lhe uma personalidade, habilidades e desafios nos quais muitas crianças se irão rever. É muito importante que os teus leitores sintam empatia pela personagem principal, para que se mantenham interessadas na narrativa, e a melhor forma de o fazer é fazê-las sentir que há algo naquela personagem com o qual elas se identificam.
Nenhuma personagem principal memorável será um herói perfeito, por isso começa por definir quais são as qualidades, defeitos, conflitos e motivações que farão com que os teus leitores se interessem por ela.
Também deverás tornar a tua personagem mais completa atribuindo-lhe sonhos e desejos. Lembra-te de olhares para as crianças como elas próprias se vêm: não como fofas e engraçadas, como nós as vemos, mas como destemidos aventureiros e heróis valentes que enfrentam desafios e são capazes de fazer escolhas.
Por isso, dá sonhos às tuas personagens que as levarão a tomar decisões e a aventurarem-se para tomar as rédeas dos seus próprios destinos!
Se queres criar uma história que irá cativar os teus leitores desde o início, faz com que a tua narrativa os transporte por uma arco entusiasmante que culminará com um fim memorável e gratificante. Para aplicar este conselho, deves olhar para a tua história como sendo a resposta a uma pergunta simples.
Mas o que é que isto significa?
Significa que a tua história deve começar com um dilema e terminar com uma resolução, isto é, move a tua narrativa partindo de uma premissa simples, como, por exemplo: que mistério esconde o castelo abandonado? Irá o Sr. Riscas encontrar o seu chapéu? Será que o Joãozinho e a Maria irão conseguir voltar para casa? Porquê que o Martim tem medo de ir ao dentista?
Questões como estas irão ajudar-te a encontrar a principal resposta que a tua história deve dar aos leitores e a manteres-te na direção certa até ao fim.
Depois de encontrares a premissa e principal preocupação que a tua narrativa levanta, adiciona-lhe conflito, para que a tua personagem enfrente desafios que a façam crescer e evoluir. O conflito tornará a resposta e a conclusão muito mais gratificantes e satisfatórias para o leitor!
Muitos livros infantis usam a repetição e a rima para adicionar ritmo e musicalidade à leitura, tornando-a mais prazerosa e divertida.
Se usares a repetição, estarás a facilitar a compreensão do teu leitor. Podes fazê-lo repetindo palavras, frases ou até sons!
Quanto à rima, é um mecanismo mais difícil de usar, mas se te sentires à vontade para a usar para criar rimas inesperadas e se achas que a tua história beneficiaria com a sua utilização, não deixes que nada te impeça de o fazer.
Mas não te esqueças de as reler várias vezes em voz alta para ver se não soam forçadas ou estranhas. De qualquer forma, o uso destes mecanismos não é obrigatório, apenas uma sugestão!
Quando escreves para crianças, deves manter em mente que o teu leitor-alvo ainda está numa fase de evolução das suas capacidades literárias e de constante desenvolvimento mental. Assim sendo, para adequares a tua narrativa aos pequenos leitores, deves ter em consideração a alguns aspetos!
A primeira coisa que deves estar ciente é de que não podes enrolar muito para introduzir a ação e agarrar o leitor logo de início. Começa logo por apresentar uma personagem intrigante ou um acontecimento catalisador! As crianças não conseguem manter a sua atenção na mesma coisa durante muito tempo, por isso, é importante que a tua narrativa as cative desde cedo!
Depois, continua com um bom ritmo e vai distribuindo pequenos gatilhos ao longo da narrativa para as manteres interessadas até à resolução.
Deves também preocupar-te com outro aspeto muito importante: usar vocabulário apropriado para a faixa etária do teu leitor alvo.
É bom plantar uma palavra mais incomum aqui e ali - as crianças são mais inteligentes do que pensamos e conseguem interpretar significados através dos contextos -, mas não preenchas a tua narrativa com todas as palavras de dez sílabas que encontraste no teu thesaurus.
Ao leres livros de outros autores, vais começar a perceber qual é o vocabulário mais indicado para as crianças que pertencem à faixa etária para a qual escreves. Mas, se mesmo assim tiveres dúvidas, lê a tua história a várias crianças com as quais tenhas confiança e pergunta-lhes o que acham do vocabulário e do resto da narrativa.
Aproveita, porque de certeza que serão honestas contigo!
Se já decidiste que o teu livro terá ilustrações, tens que te lembrar que o texto e as ilustrações trabalham de forma complementar para criar uma experiência mais imersiva e divertida. Por essa razão, mesmo que não sejas tu quem as irá desenhar, deves sempre pensar nas ilustrações que acompanharão o teu texto, enquanto crias o manuscrito.
A cada nova página do teu livro, uma nova ilustração se deverá desenrolar como a cena de um filme e transportar o teu leitor para dentro da narrativa.
Estas ilustrações não servem só para alimentar a criatividade e o imaginário do teu leitor, mas podes usá-las para tornar o teu texto menos denso. Quando estiveres, numa fase final, a rever o teu texto, tenta cortar detalhes e frases desnecessárias e deixa com que a parte visual fale por si. Descrições de aspetos como o clima ou a roupa que a personagem veste podem muito bem ser revelados pela ilustração!
Para além de mostrares a tua histórias a crianças, pode ser muito benéfico para a tua história mostrá-la a leitores especializados e preparados para te dar os melhores conselhos e sugestões de melhoria!
Podes recorrer a um leitor alfa ou a um leitor beta, mas o ideal seria receber a ajuda dos dois, pois cada um é importante numa fase diferente do teu trabalho e os objetivos dos seus serviços são distintos. Sabe mais sobre este tipo de leitores e as vantagem de os mater por perto no artigo completo que escrevemos sobre o assunto!
O nosso guia termina aqui!
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