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Na edição de 30 de maio, da revista eletrónica medium.com, Ellen McRae escreve um interessante texto sobre o que os escritores de sucesso não revelam sobre o seu sucesso. Isto para desmistificar a ideia de que escrever é fácil e que, escrevendo, todos podem obter sucesso.
Quando se pergunta a escritor as razões do seu sucesso (seja isso o que for), as habitualmente apontadas são: paixão, dedicação e motivação. Mas isto são estereótipos glorificados. Se estas razões funcionassem, todos os que as colocassem em prática partilhariam do mesmo sucesso.
Porém, quem escreve sabe que há algo mais que não é dito. Falta o fator X. Como referiu José Saramago, em 1997, ao Jornal brasileiro Globo: todos somos escritores. Uns escrevem, outros não. Efetivamente, todos podem escrever. Em teoria, todos podem ser escritores. E todos possuem o mesmo potencial de sucesso.
Na verdade, o que diferencia os escritores de sucesso é serem bons no que fazem. Os melhores escritores do mundo, aqueles com habilidades excecionais de escrita, não raro minimizam as suas habilidades. Tendem a mostrar e a não dizer. O resultado é o de fazerem entender que processo de escrita é fácil.
O que a maioria dos escritores não diz é o quão tem de ser bom para se destacar do resto. Ou como tem de estar ao nível de maestria e disposto a fazer o que é preciso para atingir esses níveis. E ser bom não apenas na escrita, mas em fazer do desejo do sucesso o combustível e as razões para escrever todos os dias. Bom em acompanhar e medir os seus ganhos, porque as vendas fazem parte do processo de sucesso.
Há sempre componentes do processo de sucesso que não são socialmente aceitáveis de admitir.
Os escritores não querem admitir que o que têm de fazer para ter sucesso pode parecer insensível ou dissimulado. Ou que estão focados em bater o recorde de outra pessoa. Ou que se preocupam com o dinheiro. Os escritores raramente querem admitir isso publicamente.
Querem manter a imagem de que escrevem por amor à arte. E embora seja parcialmente verdade, nunca é a história toda.
Além disso, há conceitos peculiares e próprias da escrita de cada escritor. Coisas que os escritores não querem admitir porque o entendem como sagrado. Na escrita há pequenas/grandes coisas que não se podem ensinar.
Essa é a alegria da individualidade. Ninguém pode fazer o que eu faço. E eu não posso fazer o que os outros fazem. E apesar de todas as tentativas, não posso (eu nem ninguém) ensinar os outros a ser alguém que não são. Não posso torná-los escritores de sucesso!
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