Os avós dirigem-se à escola para dar a conhecer aos alunos o conto dos “certis” e “alegris” e do que ocorreu para que estes pudessem finalmente “alegrar, sonhar, aprender” e viver em harmonioso conjunto. O que se segue é uma história de um lugar dividido e marcado pela censura, mas no qual se encontra esperança na forma de um menino, o “Incerti”.

Os Ladrões do Azul-Celeste reúne a poesia e a narrativa para abordar o 25 de abril de um modo divertido e interessante, permitindo aos leitores mais jovens compreender uma história que ocorreu ainda antes de nascerem, mas que teve (e continua a ter) um grande impacto no nosso país.

As rimas e os jogos de palavras permitem uma leitura dinâmica do texto e o poema final, ainda por preencher, leva os seus leitores não só a fazerem uma recapitulação daquilo que aprenderam, mas também, de certo modo, a sentir que também eles ajudaram na escrita desta história.

As ilustrações de Maria Pimentel, ainda que simples à primeira vista, são uma representação leal do conto e estão, tal como a história, muito marcadas pelas cores azul, vermelho e cinzento. Adicionalmente, revela-se interessante a utilização de técnicas manuais de ilustração não só pela época retratada ser anterior à revolução digital, mas também pelo facto de os próprios lápis serem personagens de elevado relevo no livro.

Esta obra de apenas 50 páginas, demonstra ser uma leitura fácil e rápida, que poderá ser apreciada tanto em contexto lúdico como didático, por leitores a partir dos 10 anos de idade, levando-os a compreender, mas também a refletir e questionar-se sobre a história e sobre os eventos reais que a inspiraram.

Bruna Pereira