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Qual é a melhor tipografia

para um livro infantojuvenil?


Quando se fala de livros e do seu design, devemos ter em conta tudo aquilo que faz parte do layout. As margens, o espaçamento entre linhas, a hierarquia de títulos, subtítulos e texto… tudo isto tem influência no layout e na forma como visualizamos e lemos um livro. Desta vez, falemos de letras! A tipografia, tipo de letra, fonte ou typeface (pode ser chamada por muitos nomes!) tem como função dar forma à comunicação textual, seja ela impressa ou em formato web – é a base da comunicação verbal. Está profundamente interligada com a legibilidade do texto, a facilidade com que o leitor interpreta os carateres, com os aspetos que tornam a leitura mais eficaz e que permitem ao público interpretar melhor a mensagem do autor. Também há outro fator a ter em conta, a leiturabilidade, que se refere ao conforto da leitura. A forma das letras, o seu grafismo, tamanho e espaçamento entre carateres e entrelinhas, são aspetos essenciais na escolha de uma tipografia, seja para que projeto for. No caso de um livro, temos de pensar na sua temática, formato e público-alvo.


1. Que tipos de fontes existem?

Também devemos ter em conta que existem vários tipos de fontes tipográficas, e conhecê-los é importante para que a escolha seja ponderada, inteligente e sensata.


Estas podem ser:

  • Serifadas (ou Serif) – são fontes que possuem pequenos prolongamentos e traços nas extremidades, chamados de serifas, bastante utilizadas em textos contínuos, revistas, jornais e livros. Promovem o conforto aos olhos humanos porque são lidas de forma contínua – as letras “unem-se” entre si. Exemplos? Entre as mais famosas, citamos a Baskerville, Garamond ou Times New Roman.



  • Não-serifadas (Sans Serif) – são as que não possuem os prolongamentos e traços nas extremidades (não têm serifas). São muito utilizadas em textos curtos e no design gráfico. De certeza que já ouviram falar na Helvetica, na Arial e na Calibri – as favoritas da Microsoft Office.



  • Manuscritas (Script) – consistem precisamente na simulação da escrita manual humana. Existem muitas opções: vamos destacar a Parisienne e a Lobster, ambas disponíveis gratuitamente.


  • Artísticas (Display) – estas são as mais extravagantes, relacionadas com temáticas específicas e cuja criação requer a ilustração de cada letra de forma muito criativa. Transcendem os estilos, podendo ser serifadas, não-serifadas ou manuscritas, têm elementos decorativos, foram pensadas para grandes formatos como posters ou billboards. Para visualizar melhor o conceito, distinguimos a Bookworm Kid (uma espécie de representação de caligrafia “à máquina”, baseada na energia nerd e nos amantes de livros), e a Larken (uma opção mais moderna, gráfica, com traços fortes e únicos que a tornam diferente).


Tendo isto em conta, vamos focar-nos num público em específico: as crianças.


1. As typefaces na literatura infantil:

quais são as necessidades do público?


Como já foi referido, a legibilidade abrange a facilidade do reconhecimento dos carateres – para as crianças ou pré-leitores, o processo de leitura é feito letra por letra, montando palavras. Logo, é fundamental desenvolver tipografias apropriadas às necessidades das crianças, para que compreendam as histórias e para que estas as ajudem na sua jornada da alfabetização. Há certos aspetos que devem ser considerados: as crianças reconhecem as letras pelas suas formas básicas, e as tipografias demasiado detalhadas podem não ser reconhecidas. Estes leitores necessitam de formas simples, letras grandes (sem cair no exagero) e com contra formas generosas (sendo estas o espaço branco no interior das letras). Falamos de estímulos: é compreensível que as formas das letras que os mais pequenos reconhecem são aquelas que aprenderam na escola, o que pode favorecer as fontes manuscritas em certos casos. O alto contraste também chama a atenção dos miúdos.



As crianças preferem formas que lhes chamem à atenção, que sejam familiares e fáceis de compreender. No processo de aprendizagem da leitura, isto torna-se ainda mais importante.


2. Sugestões de fontes tipográficas:

qual devo usar no meu livro de literatura infantojuvenil?

Vamos fazer um levantamento de fontes tipográficas apropriadas para livros de LIJ. É só escolher!

Para o texto:

Quicksand

  • Comfortaa
  • Linotte
  • Woodford Bourne
  • Lilly
  • Montserrat
  • Short Stack
  • Playtime With Hot Toddies
  • Gill Sans
  • Avenir
  • Arial
  • Nunito
  • Storytime
  • Abadi
  • Calibri


Para títulos:

Helsinki

  • Caroni
  • Bookworm Font
  • Charlemagne Std
  • DK Coal Brush
  • Pequena
  • Brocha Family
  • Comichate
  • Scaredy Pants
  • Spellbound Families
  • Wisp Typeface
  • Lunchbox
  • My Dear Watson Font
  • Sugar Hut
  • Sleepy Fat Cat
  • Milkman Family
  • Candlepin
  • Les Paul Font Family
  • Allspice
  • Highflier


Através desta lista, podemos comprovar as formas redondas e a simplicidade das fontes não-serifadas para os textos, e as fontes mais ilustradas e delicadas para títulos chamativos!


3. Onde posso encontrar fontes tipográficas para os meus trabalhos?


Existem vários locais online com fontes disponíveis a título gratuito. O Google Fonts é talvez o mais recomendável, pela variedade e qualidade dos seus conteúdos. No entanto, há mais opções para explorar: Fonts.com, Font Bundles, Behance, Dribbble, DaFont, FontSpace, Font Squirrel, Fontesk, entre outros. É provável que encontres fontes pagas nestes websites, tal como o são algumas das citadas mais acima, e muitas valem a pena. Temos opções para todos os gostos!


4. Na literatura, a tipografia importa… muito!

Como ficou comprovado, as fontes tipográficas são de extrema importância num livro: elas são o primeiro contacto do leitor com a história, são o estilo com que a mensagem vai ser passada, e devem refletir o pensamento do autor e as suas intenções. No caso da LIJ, é ainda mais fulcral escolher uma boa fonte, que crescerá com a criança que é sua leitora, e que será, muitas vezes, o primeiro contacto que um pequeno jovem tem com a literatura. Apostamos, então, nas formas arredondadas, nas ilustrações cuidadosas, na simplicidade e nos contrastes, que ajudam as crianças a distinguir melhor as letras e tornam os livros, para elas, mais apelativos. Se é de fácil compreensão, é de rápida leitura, e todos sabemos como é a paciência dos mais pequenos… O conforto da leitura trará incentivo e vontade de ler mais. Vamos transmitir-lhes aquilo que de melhor temos para oferecer!



Sara Oliveira

Bibliografia

https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/26092/TIPOGRAFIA%20PARA%20LIVRO%20INFANTIL%20Desenvolvimento%20de%20um%20guia%20com%20recomendacoes%20tipograficas%20para%20designers.pdf?sequence=1&isAllowed=y

- http://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/12056/1/TESE_finalissima.pdf

- /https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/7663/1/21443440.pdf

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